segunda-feira, 27 de julho de 2009

ALINE CALIXTO

“CD une tradição mineira a sambas de roda e gafieira”, com essa chamada a Folha de São Paulo analisou a figura dessa novel sambista, bem como o seu primeiro CD, com o título que leva o seu nome.
Informa-nos a Folha que ela foi descoberta num festival na Lapa Carioca e que conheceu, em rodas ou pela internet, autores mineiros ainda pouco conhecidos e gravou novidades como “Original” (Santão/Sandro Borges), “Enfeitiçado” (Affonsinho) e “Faz o Seguinte” (Renegado).
Dos subúrbios cariocas trouxe “O Teu Amor Sou Eu” (Rogê/Arlindo Cruz). Na música lenta, em “Retrato da Desilusão” uma bela peça romântica de Monarco/Mauro Diniz. A gravadora é a Warner.
O CD começa com o “Original” onde a cantora mostra que tem a alma do samba na voz. Em seguida, “Cara de Jiló”, de sua autoria com Juliano Buteco. A faixa “Tudo que sou” de Toninho Geraes e Toninho Nascimento, lembra Clara Nunes.
- “Saber Ganhar” de Eduardo Krieger, é imperdível.
- A faixa “Faz o seguinte” de Renegado é uma das mais belas do CD.
- “Rainha das Águas”, de Douglas Couto/Rodrigo Santiago é muito bonito.
- “O teu amor sou eu”, de Rogê e Arlindo Cruz, imperdível.
- “Retrato da Desilusão” de Mauro Diniz/Monarco, é uma das belas faixas do CD, com uma interpretação fantástica de um samba que é uma pérola.
VIOLÃO E SAMBA (da Zamba Discos)
Produção: Dorina, Carlinhos 7 cordas e Claudio Jorge

Dorina é de há muito uma das maiores sambistas das noites do Rio. Já há mais de 10 anos canta o verdadeiro samba nas noites. Voz belíssima e interpretações raras.
Das melhores faixas destacamos:
- Samba do Irajá, de Ney Lopes; Violão Vadio, de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro; Zuela de Oxum, de Moacyr Luz e Martinho da Villa.
- Notável Amiga, de Luiz Carlos da Vila (trata-se de um belo ode à viola, amiga inseparável); Seja Sambista Também, de Arlindo Cruz/Sombrinha: trata-se da melhor faixa, com os dois grandes sambistas compositores do samba de raiz. Passagem imperdível: “Pois o samba como é giz/É eterno porque é raiz/Não quero dizer que viver é só sambar/Mas sambar é viver/É saber se encontrar.../Aconselho a você que seja sambista também”.
Outra faixa excelente é “Tudo se transformou”, de Paulinho da Viola. Imperdível.
- De Qualquer Maneira, de Candeia – imperdível: “Enquanto houver samba na veia/Empunharei meu violão”.
- Cordas de Aço, de Cartola: “Ah! Essas cordas de aço/Esse minúsculo braço/Do violão que os dedos meus acariciam/Ah esse brejo prefeito/Que trago junto ao meu peito, só você violão...” Imperdível.
- A última faixa imperdível é “Amanhã, ninguém sabe”, de Chico Buarque.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

NELSON SARGENTO (Encanto da Paisagem)

O cognome não revela o sambista fantástico que foi Nelson Sargento desde a juventude.
Seu nome não pode ficar fora dos grandes gênios do samba de raiz.
Seu último CD, intitulado “Nelson Sargento – Encanto da Paisagem” revela o grande compositor que se iguala aos grandes mestres do passado.
Sérgio Cabral fez a apresentação deste trabalho com grande sensibilidade. Depois, iremos transcrever algumas dessas passagens.
Destaquemos desde logo “Homenagem ao Mestre Cartola”, pérola imperdível... Depois, “Vim lhe pedir”, dele e de Cartola (parceiros sim); A seguir, “Vai dizer a ela”, um samba inesquecível, que mostra o gênio tanto em letra como em música, do Nelson.
Destacamos a faixa de n.º 7, “Só voltarei”, outra pérola; Depois, “Mar de Lágrimas”, de Nelson e Guilherme de Brito; trata-se de um samba lindíssimo, mais para um choro, mas dentro da raiz.
Outra pérola vem em seguida “A Felicidade se Foi”, com a participação especial de Claudia Savaget. A seguir, “Amante Vadio”, de Nelson e Zé Luiz. Finalmente, “Agoniza mas não morre”, com a participação especial da Rainha eterna do samba: Beth Carvalho. Imperdível, lembrando um pouco músicas de carnaval. É o puro samba, com a batida mais tradicional de sempre. Diz Beth Carvalho que este é o hino do sambista brasileiro.
Neste CD, Sérgio Cabral nos informa: “Este disco é o produto de amor entre um jovem japonês, Katsunori Tanaka, e a música popular brasileira. Tanaka não é um japonês investidor, em busca de reprodução de capital. É um trabalhador comum, que resolveu aplicar a sua poupança num tipo de música brasileira que as nossas gravadoras não querem gravar”.
“Aqui está Nelson Sargento, acompanhado por vários músicos, amigos, compositores e cantores, apresentando músicas que expressam maravilhosamente a criatividade do sambista. Razão pela qual chamo a atenção do ouvinte para o fato de que adquiriu mais do que um disco. Aqui está um documento de importância histórica: é a obra de um artista, de um grande artista do povo e que a gente conhece pelo nome de Nelson Sargento.
O caso de amor de Tanaka é exatamente com essa música bonita, expressiva, forte, verdadeira e que os donos do consumo não prestigiam por considerá-la não comercial”.
Eu, dono deste blog não sou senão outro nissei apaixonadíssimo pelo samba (de raiz). Por isso ouço e vibro com os belos sambas que constroem por aí.
Brevemente irei ocupar este lugar para fazer um ode ao samba de raiz, contando onde ele mora e vive e porque é sempre e sempre vivo nas almas e nos sofrimentos do povo humilde desta terra. Falar nisso, alguém poderia me esclarecer em que CD eu encontro a canção “Gente Humilde”, seu intérprete? Também tenho dúvida se foi composto por Chico Buarque de Holanda.
Até!