segunda-feira, 15 de junho de 2009

SAMBA DE RAIZ – 1
Gravação ao Vivo – das rodas de samba que ocorriam no G.R. Cacique de Ramos – Produção de João Carlos Filho. CD da DECK-DISC.
Esse CD, já antigo, contém pérolas de rodas de sambas que, em diversos lugares do Rio, são comuns.
Destacamos as seguintes faixas:
“E eu não fui convidado” (Ney Lopes/Zé Luiz).
“Madalena do Jacú” (Martinho da Vila/Assoc. das Bandas de Congo da Serra).
“Estrela de Madureira” (Acy Pimentel) – “Brilhando num imenso cenário. Num turbilhão de luz. Surge a imagem daquela que meu samba traduz. A estrela vai brilhando. Mil paetês salpicando...” (imperdível).
“Fora de Ocasião” (Marquinhos PQD/Jorge Carioca/Arlindo Cruz) – faixa das melhores deste CD.
“Lucidez” (Cleber Augusto/Jorge Aragão) – “Por favor. Não me olhe assim. Se não for pra viver só pra mim. Aliás, se isso acontecer. Tanto faz, já me fiz por merecer...”.
“Saudade Louca” (Franco/Acyr Marques/Arlindo Cruz) – imperdível: “Nunca mais ouvi falar de amor. Nunca mais eu vi a flor. Nunca mais eu vi a flor. Nunca mais um beija-flor. Nunca mais um grande amor assim. Que me fizesse um sonhador...”.
“Tímida Tentação” (Jorge Aragão) – “Um olhar. Um sorriso. Uma tímida tentação. Nós brindamos a paz pela sedução. É brincando de amor num bar...”.
“Mel na boca” (David Corrêa) – “Oh quanta mentira eu suportei. Nesse seu cinismo de doçura. Pode parar com essa idéia de representação. Os bastidores se fecharam para desilusão. É mentira. Pra que tanta promessa de me dar felicidade?...” (imperdível).
“Vou festejar” (Jorge Aragão/Neoci Dias/Dida) – “Chora, não vou ligar. Chegou a hora. Vais me pagar. Pode chorar, pode chorar...”.

SAMBA DE RAIZ – 2
Este segundo nos traz, em continuação, diversos sambas de raiz, da mesma forma cantados pelo antigo grupo de Cacique de Ramos.
1) “É preciso muito amor. Para suportar essa mulher. Porque senão ela chora e diz que vai embora...” (imperdível).
3) “Malandro Eu ando querendo falar com você...” (excepcional faixa).
5) “Hoje somos folhas mortas... O show tem que continuar...”.
7) “Yá, yá, minha preta não sabe o que eu sei...”.
9) “Podemos sumir. Não dá pra fugir dessa coisa de pele...”.
10) “Eu quis te dar um grande amor... Mas o que você quer é vadiar. Vai vadiar, vai vadiar...”.
11) “Só pra contrariar eu não fui mais na favela...”.

SAMBA DE RAIZ – 3
1) “Canção em desalinho” (Monarco/Ratinho) – “Numa estrada dessa vida. Eu te conheci, oh flor. Vinhas tão desiludida. Mal sucedida por um falso amor. Dei afeto e carinho como retribuição. Procuras um outro ninho. Em desalinho ficou meu coração...” (imperdível).
2) “Parabéns pra você” (Mauro Diniz/Ratinho/Sereno) – faixa excepcional: “Se o tempo passou e não fui feliz. Sei lá das razões, foi Deus quem não quis. Você me propôs e não foi capaz. Fez pouco de mim, até nunca mais. A dor que passou deixou cicatriz. Pois aquele amor já tinha raiz. Profunda no coração. Foi tão ruim amar em vão. Agora me deixe ir Adeus, eu vou fugir de ilusão. Parabéns pra você por tentar me enganar...”
6) “Tendência” (D. Ivone Lara/Jorge Aragão) – “Não, pra que lamentar? O que aconteceu era de esperar. Se eu lhe dei a mão foi por me enganar. Foi sem entender que o amor não pode haver...” (excepcional faixa).
8) “Insensato Destino” (Chiquinho/Maurício Lins/Acy Marques) – “Oh! Insensato destino, pra que? Tanta desilusão no meu viver. Eu quero apenas ser feliz. Ao menos uma vez e conseguir o acalanto da paixão. Fui desprezado e magoado. Por alguém que abordou meu coração...” (faixa imperdível).
9) “Sentimento de Posse” (Adilson Bispo/Zé Roberto).
12) “A batucada dos Nossos Tantãs” (Sereno/Adilson Gavião/Robson Guimarães) – “Samba a gente não perde o prazer de cantar. E fazem de tudo pra silenciar a batucada dos nossos tantãs. No seu ecoar o samba se refez. Seu canto se faz reluzir. Podemos sorrir outra vez. Samba eterno delírio do compositor que nasce da alma, sem pele, sem cor. Com simplicidade, não sendo vulgar. Fazendo da nossa alegria seu habitat natural o samba floresce do fundo do nosso quintal. Este samba é pra você. Que vive a falar, a criticar querendo esnobar, querendo acabar com a nossa cultura popular...” (esta é uma exaltação muito bem feita do samba de raiz).
Eis essas verdadeiras jóias raras do samba de raiz, guardadas para sempre nesses três CDs que cantam o que de mais lindo existe e que nos mostra que “o samba de raiz é eterno”.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A MAIOR SAMBISTA DE TODOS OS TEMPOS E O MAIOR COMPOSITOR DO SAMBA DE RAIZ DA ATUALIDADE.

Beth Carvalho
O CD (vol. 2) que vamos comentar, retrata um show da grande sambista, realizado (dezembro de 2005) em comemoração aos seus 40 anos de carreira, no Teatro Municipal do Rio. Dele participaram Almir Guineto, Ary do Cavaco, Bateria da Mangueira, Diogo Nogueira, Dona Ivone Lara, Dudu Nobre, Luis Carlos da Vila, Partideiros do Cacique de Ramos, Quinteto Branco e Preto, Vó Maria (viúva do grande Donga) e Zeca Pagodinho.
Destacamos as seguintes faixas: “Nas veias do Brasil (Luis Carlos da Vila); “Acreditar” (Dona Ivone Lara/Délcio Carvalho) com Beth Carvalho e Dona Ivone Lara – “Acreditar ou não Recomeçar Jamais, A vida foi em frente, E você simplesmente não viu que ficou para trás...” (imperdível); “O poder da criação” (João Nogueira/Paulo Cesar Pinheiro – com Diogo Nogueira, grande sucessor do João e sucesso atual do samba de raiz); “Não, ninguém faz samba só porque prefere. Força nenhuma do mundo interfere. Sobre o poder da criação. Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito...” (imperdível).
No meio do caderno de apresentação e das letras das músicas há estas citações: “Samba, és hoje da alta sociedade, desce o morro pra cidade e já freqüentas o Municipal...” (apoteose ao samba – Nelson Trigueiro);
“...É muito bem representado, por inspiração de geniais artistas. O nosso samba, humilde samba, foi de conquistas em conquistas; conseguiu penetrar no Municipal, depois de percorrer todo o universo com a mesma roupagem que saiu daqui, exibiu-se para a Duquesa de Kent no Itamaraty” (Tempos Idos – de Cartola/Carlos Cachaça, e que neste show foi cantado por esse grupo vocal fantástico que é o Quinteto Branco e Preto).
“Tempos idos” é exatamente a faixa seguinte (n.º 5), cantada pelo quinteto do qual Beth é a madrinha;
“Doce refúgio” (Luiz Carlos da Vila) com Beth, Luis Carlos, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombrinha e Dudu Nobre. Imperdível – “Sim. É o cacique de Ramos. Planta onde em todos os ramos. Cantam os passarinhos das manhãs. Lá o samba é alta bandeira. E até as tamarineiras são da poesia guardiãs (É Cacique)...”; “Água de chuva no mar” (Carlos Caetano/Wanderley Monteiro/Gerson Gomes)/ “Quem é ela” (Zeca Pagodinho/Dudu Nobre – com os dois cantando – imperdível); “Pelo Telefone” (Donga/Mauro de Almeida) – com Vó Maria. Foi o primeiro samba da história; “Lapa em 3 tempos”, “Reunião de Bacana” e “Mordomia”, com Ary do Cavaco; “O que é, o que é” (maior sucesso de Gonzaguinha – imperdível).

Arlindo Cruz
CD: “MTV – Ao Vivo” n.º 1.
Principais faixas: “Da melhor qualidade” (Arlindo/Almir Guineto); “Vê se não demora” (em parceria com Zeca Pagodinho); “O que é o amor” (Fred Camacho/Maurição/Arlindo Cruz); “Ainda é tempo de ser feliz” (Arlindo Cruz/Sombrinha, Sombra) um dos mais belos sambas de todos os tempos – imperdível; “Fora de Ocasião” (Arlindo/Jorge Carioca/Marquinho PQD); “Saudade Louca – Versão 1 (Arlindo/Franco Lattari/Acyr Marques) – participação especial de Beth Carvalho – “Nunca mais ouvi falar de amor. Nunca mais um grande amor assim...” imperdível; “Meu lugar” (Arlindo/Mauro Diniz); “Entra no clima” (Arlindo/Rogê/Acyr Marques – “Amiga, desliga esse papo de tristeza. Isola, faz figa, bate três vezes na mesa. Despacha a mandinga. Manda embora a pururuca. Agora que o samba esquentou. Tira esse grilo da cuca...” – É imperdível essa faixa; “Mão Fina – Versão 1” (Arlindo/Jorge Daniel, com participação especial de Marcelo D2); “Império do Divino” (Arlindo/Maurição/Carlos Será – participação de Arlindo Neto); “Aquarela Brasileira” (Silas de Oliveira) com participação especial de Arlindo Neto. “Vejam essa maravilha de cenário. É um episódio relicário. Que o artista. Num sonho genial. Escolheu para este carnaval. E o asfalto como passarela...” – imperdível. Essa faixa é um dos hinos do samba de raiz de todos os tempos.